segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Na moral

Certa vez estava voltando para casa, tarde da noite, depois de uma exaustiva viagem. Entrei com meu carro na garagem , tal qual faço todos os dias. Mas naquele dia, algo deu errado. Ralei em um carro estacionado, que não era exatamente um carro popular, vindo a danificar o seu pára-choque. Nada que um martelinho de ouro não resolvesse. Olhei para o meu carro. Não havia nenhum sinal de colisão. Talvez a cor tenha ajudado. Dei o fora. Peguei o elevador. Sorri para a câmera de vigilância e fui dormir. Assim sou eu. Assim somos nós. Assim é o País.

sábado, 15 de setembro de 2007

Votações Secretas

É no anonimato que o ser humano se revela. Trair é realmente tentador. Todo muito trai – às vezes, só pelo prazer. Ou trai a sua própria consciência que é a pior forma de traição. O que aconteceu ontem no Senado com a absolvição de Renan Calheiros foi emblemático. O PT se posicionou publicamente a favor da cassação, e na hora da votação, no escurinho do cinema, votou em massa a favor de Renan. A oposição também se posicionou publicamente a favor da cassação e em grande parte – visão de um inocente – votou realmente pela cassação. Entretanto, acredito que membros da oposição também votaram contra a cassação. Seja pelo simples prazer da traição, seja pela tentação de colar a desprezível figura de Renan em Lula. Afinal, eles realmente se merecem.

domingo, 9 de setembro de 2007

Hawaii 5.0

Hoje mesmo estava assistindo a um especial sobre a banda Engenheiros do Hawaii – acho que é assim mesmo que se escreve. Nos meus tempos de adolescente eu até escutava. A banda nunca foi um sucesso de crítica - e nem poderia - as letras eram de fato muito ruins, e o sotaque carregado de Gessinger, associado ao discurso messiânico, soava muito antipático. Aquela música do garoto que amava os Beatles era, e ainda é, dose de aguentar. No mais, até que deram umas dentro. Creio que se tivessem tido no começo da carreira, um produtor mais competente, que os orientassem melhor nos caminhos do rock, talvez o resultado fosse outro. Como não tiveram, o resultado é o que está aí. O que não é exatamente um problema, já que tem muita gente que gosta. Mas não eu.

Mais um cara...

Pegando um gancho no post anterior. Comprar uma arma – de preferência um rifle – também está dentre as minhas prioridades. Só não o fiz, porque o meu estado psicológico ainda não é dos mais estáveis – sim, eu tenho autocrítica – e também não tenho muita paciência para encarar a burocracia em que isto resultará - exames médicos, psicotécnicos, filas, boletos bancários, cadastros, etc, etc.

Idéia na cabeça

Comprar uma câmera digital – na verdade uma filmadora – está entre as minhas prioridades. Pretendo fazer um filme, totalmente alternativo, baratíssimo, com atores amadores, recrutados a laço. Parece brincadeira, mas não é. O roteiro está pronto, estou desenhando os story boards. Ano que vem começo a entrevistar os atores – o que não será fácil – porque algumas entrevistas serão gravadas, editadas e inseridas no filme, com a devida autorização, é claro. Tenho que trabalhar na trilha sonora também. Aceito currículos de atores.

Levante sua mão sedenta...

Já tive um blog no passado – muito antes disto virar moda – e sei que dá bastante trabalho. Escrevo por puro voyeurismo. Vocês espiam um pouco da minha vida miserável e eu me excito com isto. É simples. Só não abro mão do anonimato. Anonimato é essencial. Foi ele – ou melhor, a profanação dele – que destruiu o meu antigo blog. Menos mal, estou muito mais satisfeito – e seguro - com este aqui.

Mel

A última moda dos atuais cineastas brasileiros é surfar na onda das comédias românticas americanas. Negócio altamente lucrativo por lá e que formou uma geração de atores especializados exclusivamente neste gênero. Pode ser que dê certo por aqui. Brasileiro sabe fazer muito bem o besteirol – matéria-prima da comédia romântica. Eu, pessoalmente acho tudo isto um saco - questão de personalidade – sou muito sombrio. Mas fico curioso em saber qual atriz brasileira será a nossa Meg Ryan. Ou quem sabe, a nossa Jeniffer Aniston. Torço pela Mel Lisboa. Uma graça.

Altas horas

Muito me desagrada a atual programação da MTV. Praticamente não se passam mais clipes. A ênfase está em programas de cunho jornalístico de gosto pra lá de duvidoso e um tanto quanto superficiais. Os programa de auditório, de cunho popular, também não me agradam, parecem com outros tantos que, há tempos, passam na TV aberta. A característica vanguardista da antiga Liquid Television americana, com sua linguagem visual alucinante, se banalizou a tal ponto que até programas esportivos hoje em dia o repetem à exaustão. Realmente cansou. Hora de rever os conceitos. E recomeçar do zero.

Laden

Bin Laden deu hoje o ar de sua graça. Muito provavelmente ele está escondido em algum lugar do Paquistão. Não é tarefa fácil encontrá-lo – até porque se fosse, já o teriam feito. A população local e até o governo paquistanês o ajudam, veladamente, a esconder-se. A lealdade deste povo, que até então, não se vendeu à recompensa de cinquenta milhões de dólares que o governo americano oferece por sua cabeça, impressiona qualquer ocidental. O terreno é montanhoso, gelado e cheio de cavernas. Bin Laden está bem adaptado a ele. Muito mais que as Forças Especiais Americanas, que o caçam por lá. É bastante provável que Bin Laden, pelo avançado da idade, e pelas difíceis condições em que vive, venha a morrer por causas naturais. Se isto realmente acontecer, os seus fiéis seguidores, destruirão por completo os seus restos mortais, que jamais serão encontrados. Será impossível saber então se Bin Laden, está vivo ou não, o que alimentará, ainda mais, a imagem de mártir que os radicais islâmicos tem dele. O que será uma vitória particular dele contra os americanos, que tanto o caçaram, e da Al Qaeda, contra o ocidente.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A Ponte

Está em cartaz – mas não na minha cidade, um documentário chamado “A Ponte”. O tema é controverso, e vou ficar só no tema – suicídio - até porque, ainda não consegui assistir ao filme. O diretor plantou uma equipe de filmagem, por um ano, na Golden Gate, cartão postal de San Francisco, com o intuito de flagrar suicidas se jogando da ponte. Como esta ponte é tida como aquela que tem os maiores índices de suicídios do mundo – não sei de onde tiraram esta estatística - não foi muito difícil conseguir as tais imagens. Pretendo assistir, nem que para isto tenha que me locomover até São Paulo, talvez não por acaso, a única cidade brasileira, em que o filme está em cartaz. Não vejo nenhum conflito ético em fazer filmes como este. Não sei se o enfoque neste caso é puramente apelativo. Assisti ao trailer no You Tube e não me pareceu. Li comentários de pessoas que já assistiram, e algumas, sim, reclamaram do conteúdo ofensivo. Não creio que tenham sido enganadas. A morbidez que cada ser humano carrega dentro de si, mesmo que de modo inconsciente, atrai. Assistirei e voltarei a comentar a respeito. Mesmo que o filme seja – o que não acredito, uma bomba.